Fisioterapeuta Bruno Cezar Lucchesi foi preso no início de junho após realizar uma série de procedimentos cirúrgicos
O fisioterapeuta Bruno Cezar Lucchesi pagou fiança de R$ 28 mil nesta segunda-feira (1º) e a Justiça determinou a expedição do alvará de soltura. Ele vai cumprir medidas cautelares.
Ele foi preso em 3 de junho, suspeito de se passar por médico especialista em emagrecimento e harmonização íntima em Belo Horizonte.
O pedido de habeas corpus foi deferido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais na última quinta-feira, 27.
Os desembargadores revogaram a prisão preventiva dele e fixaram medidas cautelares, como monitoração eletrônica por 6 meses; proibição de manter contato com as vítimas; recolhimento do passaporte; recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga por 6 meses; e suspensão do exercício profissional no Conselho Regional de Fisioterapia, além do pagamento da fiança.
O juiz Leonardo Antônio Bolina Filgueiras, da Central de Inquéritos de Belo Horizonte, determinou que o alvará seja expedido após a assinatura, pelo fisioterapeuta, do termo de compromisso constando o cumprimento das medidas cautelares.
O fisioterapeuta, de 37 anos, foi indiciado por estelionato, falsidade ideológica, exercício ilegal da medicina, emissão de atestado falso e exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo direto e iminente.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), ele atuava em uma clínica na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Conforme as investigações, além dos pacientes, demais profissionais contratados e parceiros do estabelecimento também se torvavam vítimas pois acreditavam que o indiciado era formado em medicina ou que tinha especializações na área de fisioterapia.
A investigação apontou que ele recebia em torno de R$ 40 mil por semana, por meio de tratamentos, procedimentos e consultas médicas, além de parceria com laboratório e farmácia, e venda de medicamentos.
A PCMG acredita que ele atuava como falso médico há cerca de três anos.
Investigações
As investigações iniciaram após a denúncia de um suposto erro em procedimento médico. “Pensando se tratar de um erro médico, os investigadores foram até o local e descobriram que o suspeito é fisioterapeuta, que não tem especialidades e que se passava por médico”, afirmou a delegada Gislaine Rios.
O investigado foi detido em flagrante no dia 3 de junho durante uma operação da PCMG. Ele estava atendendo uma pessoa no momento da chegada dos policiais.
Segundo Gislaine, o suspeito utilizava, de forma fraudulenta, números de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) de outros médicos (falecidos, inativos, ativos e de outros estados), para a prescrição de medicamentos, inclusive controlados, e solicitação de exames.
Segundo as investigações, o suspeito era quem fazia os primeiros atendimentos dos pacientes na clínica. Depois da consulta, decidia se passava o caso para outro profissional ou se ele próprio faria os tratamentos.
A polícia apurou que a depender da necessidade do paciente, o investigado se apresentava como ortopedista, traumatologista, endocrinologista, dentre outras especialidades, a fim de obter vantagem financeira.
Para a realização dos procedimentos, o investigado promovia a venda casada de serviços e medicamentos, obrigando os pacientes a adquirirem os seus produtos. Assim, ele fazia estoque de insumos, sem a supervisão de um farmacêutico.