Neste domingo, 8 de setembro de 2024, as imagens áreas capturadas em Minas Gerais mostram um céu enfumaçado em Belo Horizonte e na Grande BH. A fumaça, as fuligens e o cheiro de queimado continuam incomodando os moradores, que sofrem com a baixa qualidade do ar nos últimos dias.
A paisagem enfumaçada ofusca vários pontos da capital mineira e da Grande BH há cerca de uma semana. A Serra do Curral, um dos principais pontos turísticos da cidade, está totalmente encoberta pela fumaça. Em novas imagens obtidas pela Itatiaia, é possível ver que a fumaça chegou a impedir a visibilidade de prédios e montanhas que cercam a capital mineira, que está em alerta para onda de calor.
Em alguns pontos, é possível ver também as áreas de vegetação queimadas. Neste domingo, o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater um incêndio em mata, em Contagem, na Região Metropolitana de BH. No local, há o risco de residências serem afetadas.
Depois de um sábado sob alerta de “grande perigo” emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) devido à onda de calor, Belo Horizonte deve ter um domingo com temperaturas levemente mais amenas. No entanto, a capital mineira se mantém no radar do instituto devido à baixa umidade relativa do ar, que deve variar de 20% a 30% entre 11h e 21h.
A previsão é que o mês de setembro apresente um aumento de 1°C na temperatura média. Pode parecer pouco, mas o impacto é sentido no nosso dia a dia. As fumaças, as fuligens e o cheiro de queimado continuam incomodando os moradores. De acordo com especialistas, apenas o fim do período da estiagem pode aliviar o problema. Contudo, ainda não há data para que isso aconteça na capital mineira.
A meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que a fumaça é decorrente das queimadas no entorno da capital. “Provavelmente, o vento trará fuligem também. O tempo seco favorece a propagação das queimadas e incêndios, mas não é a causa deles e nem a razão para a fumaça que está nas imagens”, disse à Itatiaia.
Segundo o Corpo de Bombeiros, até este sábado, o número de acionamentos para incêndios florestais em Minas Gerais foi de 324. Regiões como Alto do Mucuri, Triângulo Mineiro e Zona da Mata também há focos de incêndios em vários pontos.
Para o geógrafo e professor do curso de engenharia ambiental e sanitária do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG) Carlos Wagner Coelho, apenas as chuvas poderão trazer um alívio. Conforme modelos climáticos do Centro de Previsão e Estudos Climáticos (Cptec) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuva para os próximos 7 a 10 dias. “As chuvas auxiliariam na limpeza do nosso céu. Enquanto isso, precisamos baixar o número de focos de incêndios, que já ajudaria”, disse o especialista.
Belo Horizonte completa 142 dias sem chuva neste domingo. A última vez que choveu na capital mineira foi no dia 19 de abril, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Este é o segundo maior período de seca da história da capital mineira, ficando atrás apenas da estiagem de 1961, quando a cidade ficou 198 dias sem precipitação. No entanto, o alívio ainda não tem data para acontecer.
A situação é grave e exige atenção. É fundamental que os moradores tomem medidas de proteção e que as autoridades trabalhem para controlar os incêndios e melhorar a qualidade do ar na região.