De acordo com o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, os algoritmos de precificação estão transformando silenciosamente a forma como produtos e serviços são oferecidos ao consumidor, especialmente no ambiente digital. Alimentados por inteligência artificial e aprendizado de máquina, esses sistemas analisam grandes volumes de dados em tempo real para ajustar preços com base em variáveis como demanda, perfil do cliente, concorrência e até clima.
Quer saber como a inteligência artificial decide quanto você paga por um produto? Continue lendo e descubra como os algoritmos de precificação estão moldando seus hábitos de consumo sem que você perceba!
Como os algoritmos de precificação funcionam na prática?
Os algoritmos de precificação operam a partir da coleta e análise de dados de múltiplas fontes, como histórico de compras, comportamento de navegação, localização geográfica e flutuações do mercado. A partir disso, a inteligência artificial identifica padrões e define o valor mais provável de conversão para cada usuário. Isso significa que duas pessoas diferentes podem ver preços distintos para o mesmo produto, dependendo de seu perfil e momento de acesso ao site ou app.

Essa estratégia, chamada de precificação dinâmica, já é amplamente utilizada por e-commerces, plataformas de passagens aéreas, aplicativos de transporte e até supermercados digitais. O sistema pode ajustar valores várias vezes ao dia, com base na demanda ou no movimento da concorrência. Como destaca Fernando Trabach Filho, isso permite uma reação rápida ao mercado, garantindo competitividade e maximizando margens de lucro.
Além disso, os algoritmos podem incorporar modelos preditivos, antecipando o comportamento do consumidor e sugerindo preços com maior chance de aceitação. Isso reduz o desperdício de estoque, melhora o fluxo de caixa e contribui para decisões comerciais mais assertivas. No entanto, esse nível de sofisticação também levanta questões sobre equidade e transparência no processo de precificação.
A inteligência artificial pode manipular o comportamento do consumidor?
Sim, a inteligência artificial, ao alimentar algoritmos de precificação, pode influenciar diretamente a forma como os consumidores tomam decisões. Ao ajustar os preços de maneira personalizada ou criar senso de urgência por meio de ofertas temporárias, a IA induz comportamentos específicos, como a compra imediata ou a escolha de produtos com maior margem de lucro. Tudo isso é feito com base em análises profundas sobre o que funciona melhor para cada tipo de perfil.
Como pontua o administrador de empresas Fernando Trabach Filho, essa manipulação nem sempre é percebida pelo consumidor, o que a torna ainda mais eficaz. Ao apresentar um preço aparentemente vantajoso, mas calculado com base em dados pessoais, o sistema ativa gatilhos psicológicos como escassez, ancoragem e recompensas instantâneas. O cliente sente que está fazendo um bom negócio, quando na verdade está sendo guiado por uma lógica algorítmica invisível.
Por outro lado, essa capacidade de personalização pode ser benéfica quando usada com responsabilidade. Ofertas sob medida e promoções relevantes aumentam a satisfação e melhoram a experiência de compra. O problema surge quando o consumidor não tem consciência de que está sendo influenciado — ou quando a IA é usada para praticar preços abusivos ou discriminatórios.
Quais são os desafios éticos e legais dos algoritmos de precificação?
Segundo Fernando Trabach Filho, a crescente adoção de algoritmos de precificação traz à tona preocupações éticas e legais importantes. Uma das mais debatidas é a possibilidade de discriminação algorítmica, quando consumidores são cobrados com base em dados como localização, renda presumida ou histórico de compras — criando desigualdades de acesso a bens e serviços. Isso levanta a questão: até que ponto é justo que pessoas paguem preços diferentes por um mesmo produto?
No campo jurídico, ainda não há regulamentações específicas para o uso de inteligência artificial em precificação no Brasil, embora discussões estejam em andamento. Especialistas defendem que é necessário criar mecanismos de supervisão, exigir transparência nos critérios utilizados e garantir que os direitos do consumidor sejam preservados. A tecnologia não pode se sobrepor aos princípios de justiça e igualdade de acesso.
Autor: Aksel D. Costa